O ENEBIO MUDOU! Em um ano em que fomos surpreendidos por restrições de interação presencial devido a pandemia, abraçamos a oportunidade de nos reinventarmos. E por isso a oitava edição do Encontro Nacional de Ensino de Biologia (VIII ENEBIO), [...]
Minicurso/Oficina 01: A Ciência Chegou à Escola: A Construção do Discurso da Divulgação CientíficaMinicurso/Oficina 01: A Ciência Chegou à Escola: A Construção do Discurso da Divulgação CientíficaNo contexto atual, discutir e retratar questões interdisciplinares relacionadas à Ciência, Tecnologia e Sociedade, de forma mais consciente e crítica torna-se essencial para a compreensão de assuntos de cunho científico e tecnológico. Sendo assim, a proposta desta oficina está relacionada com a Divulgação Científica e com os impactos que as reelaborações discursivas podem oferecer em relação ao entendimento público da Ciência e no Ensino de Ciências e Biologia durante o processo de ensino-aprendizagem. Assim, esta oficina busca apresentar as reelaborações discursivas presentes em diferentes fontes de informação e verificar até que ponto estas diferenças podem interferir na apropriação do conhecimento científico e na compreensão pública da Ciência. Além disso, buscamos destacar os cuidados necessários durante a interpretação de informações científicas. As atividades de Divulgação Científica têm desempenhado um importante papel no compartilhamento de informações de cunho científico e tecnológico com o público. No entanto, para que este conhecimento científico, produzido por pesquisadores, seja veiculado para a população, é necessário que ele passe por adaptações de discurso e linguagem para se tornar compreensível ao público. Estas reelaborações discursivas, que também estão presentes no ambiente escolar, são entendidas como adaptações textuais do discurso da divulgação para outro contexto em que seja necessária uma mudança referente à sua produção, à linguagem ou ao destinatário. No entanto, ao realizar tais adaptações para diferentes fontes, como revistas, noticiários e o próprio livro didático, estas informações podem sofrer distorções e gerar impactos referentes à Natureza da Ciência e à História e Filosofia da Ciência. A oficina será dividida em dois momentos. Inicialmente, na parte teórica, iremos mostrar e conceituar a relação existente entre o termo ‘Divulgação Científica’ e ‘reelaboração discursiva’ e discutiremos as particularidades de cada fonte de difusão do conhecimento cientifico. Nesta etapa, será utilizado o projetor. Posteriormente a isso será realizada uma atividade prática de leitura de textos e identificação de tais reelaborações. Para isto, serão utilizados textos cientificos, de divulgação científica e do livro didático, todos oferecidos pelos docentes que irão ministrar a oficina. Assim, esperamos que a oficina possa contribuir na interpretação crítica sobre assuntos científicos e tecnológicos dos participantes acerca destas reelaborações e que, além disso, esta experiência seja capaz de auxiliar no processo de formação de educadores e estudantes de Ciências, que poderão utilizar esta atividade para leitura e seleção de textos em sala de aula.
Ministrantes: Marcelo Borges Rocha - CEFET/RJ; Bruna Miceli - CEFET/RJ Fechar |
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Minicurso/Oficina 02: Compreendendo o PNLD 2021: Vamos Simular a Produção de um Capítulo para Livro Didático de Biologia?Minicurso/Oficina 02: Compreendendo o PNLD 2021: Vamos Simular a Produção de um Capítulo para Livro Didático de Biologia?Esta oficina é destinada a estudantes de graduação e professores de Biologia que almejam compreender como as novas regras presentes no edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2021 para o Ensino Médio impactam a produção e a formatação desses materiais curriculares. Além disso, sob a atmosfera tumultuada produzida pelas rápidas e intensas transformações nas políticas de currículo relacionadas ao ensino de Biologia, tanto para escola, quanto para formação docente, muitas incertezas pairam sobre o que será preservado e o que será modificado nessas obras após os processos implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino Médio em curso. O objetivo desta oficina, portanto, é apresentar e contextualizar as novas normas do PNLD 2021 a partir de uma dinâmica que envolve a atuação colaborativa e criativa dos participantes na produção de um capítulo para um livro didático fictício a partir das exigências do Programa. Sabe-se que os LDs, enquanto produtos culturais e discursivos, produzem sentidos e significados para as políticas de currículo e afetam diretamente a prática profissional, muitas vezes servindo como guias curriculares para a docência. Não obstante, eles são frutos de disputas, pressões, seleções e constrangimentos que afetam, em diferentes instâncias, os processos de autoria e concepção. Mesmo assim, estudos ainda focam as interlocuções dos LDs com as Ciências de referência,desconsiderando a complexidade dos mecanismos curriculares sócio-históricos que atravessam tais produções. Como contraponto, será abordado o intricado processo de produção de um LD sob regras do PNLD, de modo que o público perceba os diversos fatores sociais, históricos e conjunturais que influenciam e condicionam o contexto de elaboração dessa obra, desmistificando a crença da autoria exclusivamente pessoal. Em termos metodológicos, a oficina apostará na abordagem ativa, colaborativa e criativa dos participantes. Após uma apresentação inicial dialogada sobre as normas do PNLD 2021, sem ignorar as recentes críticas feitas campo do Currículo, os participantes deverão trabalhar em pequenos grupos para elaboração inicial dos capítulos seguindo os desafios e as imposições do PNLD. Em seguida, serão realizados momentos para leitura e avaliação dos capítulos por pares, o que permitirá reelaborações e ajustes. A experiência será arrematada por uma roda de conversa onde as percepções, sentimentos, dúvidas e dilemas poderão ser partilhados e refletidos pelo coletivo. A culminância das atividades será a organização de um varal onde as seções do capítulo construído coletivamente poderão ser vistas pelo público em geral do Encontro Nacional de Ensino de Biologia. Todas as etapas contarão com a mediação dos proponentes dessa oficina.
Ministrantes: Rodrigo Cerqueira do Nascimento Borba - UEMG; Monica de Cassia Vieira Waldhelm - CEFET/RJ Fechar |
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Minicurso/Oficina 03: É Possível Facilitar o Ensino (e solidificar a aprendizagem) do Conteúdo de Botânica na Educação Básica?Minicurso/Oficina 03: É Possível Facilitar o Ensino (e solidificar a aprendizagem) do Conteúdo de Botânica na Educação Básica?A postura reflexiva e crítica, impulsionada pela proposta de investigação científica, desafia os Biólogos a darem respostas novas às problemáticas relacionadas ao ensino da Botânica, e, por conseguinte, a proposição de novos saberes e atitudes diante do contexto ambiental. Neste sentido, a constatação dos problemas e desafios vividos pelo professor e pela professora de Ciências/Biologia no processo de ensino e aprendizagem, precisam trazer propostas concretas de transformação da realidade e do contexto educativo, fazendo cumprir o papel da pesquisa em educação que é a produção de saberes e, portanto, a transformação da realidade educacional. A autonomia do professor e professora se concretiza na participação ativa, organização e sistematização dos currículos, na metodologia, no planejamento e na avaliação dos processos educativos, superando a herança tradicional e conservadora que reduz a ação docente à execução de tarefas, à reprodução de conhecimentos e destitui desses profissionais a competência para pensar e renovar as bases epistemológicas da sua prática. Todo este direcionamento torna-se necessário tanto no ensino de Ciências e Biologia como um todo como em subáreas desta área do conhecimento, como o estudo das plantas (Botânica), por exemplo. A despeito dos processos de ensino e de aprendizagem destes organismos, conforme já discutido em pesquisas, principalmente nas últimas duas décadas e sendo consenso entre os autores, costuma ser considerado bastante complexo, com assuntos por vezes muito abstratos, o que pode resultar em certo desinteresse por parte do aluno. Em geral, o conteúdo de Botânica é trabalhado nas escolas de ensino básico utilizando uma metodologia que se reduz somente às definições de conceitos e nomes de estruturas, carregados de um vocabulário bastante específico, sem nenhum diálogo nem aproximação do conteúdo à realidade do aluno, tornando as aulas monótonas e difíceis de serem compreendidas. Decorrente disso, os problemas na aprendizagem retratam as dificuldades que muitos estudantes tem com relação à linguagem específica deste conteúdo. Este fato se deve, em parte, à forma que o conhecimento científico é trabalhado nas escolas, ou seja, transmitido de modo que não acarreta nenhum estímulo aos alunos. Assim, novas metodologias - ou até mesmo "releituras" de metodologias já conhecidas - precisam ser desenvolvidas/aplicadas juntamente com as aulas teóricas para gerar um melhor desempenho dos alunos. Neste sentido, o ensino de Botânica requer estratégias/ferramentas que promovam motivação e facilitem a aprendizagem e que possam ser aplicadas de maneira interativa, tornando o conteúdo mais dinâmico, a fim de promover uma maior compreensão do mesmo, pois os estudantes necessitam de estímulos para aprender de forma significativa, relacionando os conceitos, compreendendo a sua importância e contribuindo na sua formação como cidadão. No contexto desta discussão, este minicurso propõe incentivar os participantes o uso de estratégias didáticas na facilitação dos processos de ensino e de aprendizagem do conteúdo de Botânica na Educação básica. Espera-se provocar nos participantes deste minicurso a reflexão crítica, problematizando o campo de atuação do professor/da professora, tanto no que concerne aos processos educativos, posturas pedagógicas e conteúdos curriculares, quanto ao enfoque social, cultural e político, engendrados na própria profissão. Assim, através de aulas diversificadas na Educação básica, o aluno poderá construir seus próprios conceitos, ser quebrada a “educação bancária” em que o aluno apenas recebe as informações prontas, sendo, por outro lado, instigado a construir seu próprio conhecimento. Aulas com este perfil também podem ajudar no processo de interação e no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos. Esta discussão, portanto, poderá funcionar como fio condutor ao estímulo do uso de estratégias didáticas na facilitação no processo de ensino e da aprendizagem do conteúdo de Botânica na Educação básica, proposta principal deste minicurso, o qual contemplará, através de exposição/discussão, diferentes experiências didático-pedagógicas realizadas com o conteúdo de Botânica em escolas do citado nível de ensino, principalmente no Nordeste brasileiro. Ao final, tem-se a expectativa de despertar/estimular o uso destas experiências no participante, enquanto atual ou futuro agende formador (e formador de formadores) no cotidiano da praxis pedagógica, sem tendenciosidades e com amplitude e liberdade de escolha e expressão para todos os sujeitos do processo.
Ministrante: Jesus Rodrigues Lemos - UFDPAR Fechar |
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Minicurso/Oficina 04: De Onde Vêm e para Onde vão as Coisas que eu Consumo?Minicurso/Oficina 04: De Onde Vêm e para Onde vão as Coisas que eu Consumo?A oficina “De onde vem e para onde vão as coisas que consumo?” é definida, do ponto de vista teórico-metodológico, como uma estratégia facilitadora de trocas dialógicas, que permite a discussão em torno de uma Educação Ambiental contextualizada, envolvendo as esferas ambientais, éticas, políticas e sociais. Pretende-se despertar o interesse e a curiosidade das pessoas promovendo reflexões e questionamentos acerca dos temas tratados.
Ministrante: Rayanne Maria Jesus da Costa - FIOCRUZ; Beatriz Barreto Coelho - UFRJ Fechar |
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Minicurso/Oficina 05: É Difícil não ser Fofo: o Ensino de Biodiversidade à Luz do Pensamento FilogenéticoMinicurso/Oficina 05: É Difícil não ser Fofo: o Ensino de Biodiversidade à Luz do Pensamento FilogenéticoExiste um valor intrínseco da biodiversidade como integrante do mundo natural como resultado do processo evolutivo, e a conservação da variedade genética e ecológica dos seres vivos é de grande importância para a preservação e manutenção dos processos ecológicos e evolutivos. Deste modo, é importante compreender a biodiversidade, tanto na questão da diversidade de espécies, como na questão das relações que ocorrem no meio ambiente, como fruto de um processo evolutivo. No entanto, é notória certa predileção a determinados grupos de seres vivos em detrimento a outros grupos. No que diz respeito às pesquisas na área do ensino de Biologia, ou a respeito de materializações culturais da biodiversidade, a percepção das pessoas com relação à diversidade dos seres vivos manifesta-se principalmente por meio do zoocentrismo, da cegueira vegetal (do inglês, Plant Blindness) e, no que diz respeito ao ensino, dificuldades na abordagem de Herpetologia, Entomologia, Micologia ou Microbiologia, por exemplo, principalmente devido a uma abordagem antropocêntrica e utilitarista, ou atribuindo características antropomórficas, positivas ou negativas, a determinados seres vivos. Atualmente as relações entre os seres vivos, são interpretadas à luz da ancestralidade, a partir de uma perspectiva filogenética. Deste modo, ao estudar a biodiversidade através do pensamento filogenético (do inglês, tree thinking), busca-se compreender os padrões existentes entre os seres vivos, dando sentido ao conhecimento proposto, visando compreender estas relações de parentesco entre os organismos, e suas relações morfológicas, moleculares, ecológicas, comportamentais entre tantas outras. Desta forma busca-se, sobretudo, diminuir a compartimentalização do ensino de Biologia, acarretada pela desassociação do ensino de Zoologia, Botânica, Microbiologia, Micologia, entre outras, o que acaba por provocar muitas vezes um sentimento nos alunos, e por vezes professores, de que a Biologia deva ser encarada de maneira enciclopédica e inventariante. A abordagem da biodiversidade através de uma perspectiva evolutiva é preconizada, e almejada em diversos documentos curriculares e estudos acadêmicos, tanto para o Ensino Fundamental, como para o Ensino Médio. Além disso, a presença de cladogramas já faz parte da realidade de muitos materiais didático do PNLD, tanto de Ciências quanto de Biologia, sendo fontes possíveis de trabalho para o ensino de biodiversidade e evolução. Além disso, entendemos que o papel do professor em sala de aula é indispensável para o auxílio do desenvolvimento do pensamento crítico e científico de seus alunos, além de auxiliar na descompartimentalização do ensino. Assim, este minicurso tem como objetivo a troca de conhecimentos a respeito de possibilidades e desafios a respeito do ensino de biodiversidade e o pensamento filogenético, de maneira a discutir os saberes que estão relacionados à prática docente deste conteúdo, discutindo-se as práticas do ensino de biodiversidade a partir e uma perspectiva evolutiva em Ciências e Biologia. Para tal, serão discutidas questões a respeito da percepção das pessoas com relação à biodiversidade, práticas de ensino em biodiversidade, atividades de construção de cladogramas que propiciem o desenvolvimento do pensamento filogenético, discussão sobre a predileção à mastofauna em relação a outros seres vivos, zoocentrismo e cegueira botânica.
Ministrantes: Carolina Maria Boccuzzi Santana - UFABC; João Paulo Reis Soares - UFABC Fechar |
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Minicurso/Oficina 06: Estratégias Pedagógicas para o Ensino de Entomologia na Educação BásicaMinicurso/Oficina 06: Estratégias Pedagógicas para o Ensino de Entomologia na Educação BásicaA proposta desse minicurso é baseada em demonstrar como o tema “inseto” pode ser desenvolvido com a pluralidade que o ensino de Ciências e Biologia necessita. Assim, foi construída para difundir práticas pedagógicas que podem ser utilizadas no ensino de Entomologia na educação básica. O objetivo do minicurso é apresentar aos licenciados e professores de Ciências/Biologia estratégias educativas para o ensino da entomologia na educação básica. Ainda, visa apresentar quais os documentos legais/formulários necessários para desenvolver atividades práticas com esse grupo de organismos. Afinal, os insetos é o grupo do Reino animal com maior percentual de espécies descritas, mas para a população em geral, eles são sinônimos de asquerosidade, nojo e doenças. Uma das principais formas de diminuir essa má fama dos insetos é a promoção aulas mais dinâmicas e com uma demonstração práticas da importância dos insetos. Essas podem colaborar para entendimento que apenas uma minoria desses animais faz mal para a sociedade humana. Acredita-se que esse minicurso será importante para qualificar os futuros e atuais professores de como o tema “insetos” pode ser melhor desenvolvido nas suas aulas. Os insetos possuem as mais variadas formas e cores, sendo encontrados praticamente em todos os ecossistemas. Alguns estão associados à transmissão de doenças, como por exemplo, Dengue e Malária, fazendo parte do nosso cotidiano e, talvez por isso, despertem tanto interesse das crianças e adolescentes. Assim, apresentam um grande potencial de uso e para o ensino de Biologia. Muito da produção científica relaciona a esse grupo está vinculada aos eventos da área de zoologia, mesmo que muitos dos pesquisadores e professores universitários possuam vínculos aos cursos de licenciaturas. Portanto, percebe-se que trabalhos relacionando o tema “inseto – ensino” é pouco encontrado em eventos de ensino de Ciências e Biologia, talvez porque muitos não conseguem observar que o tema “Insetos” é um tema potencial para facilitar o processo de ensino-aprendizagem de inúmeros conteúdos específicos da área de Biologia. O estudo dos insetos ou Entomologia, é apresentado tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. No entanto, o conhecimento entomológico de alunos, muitas vezes é formado apenas por leitura dos livros didáticos, por visualização de imagens de livros, ou vídeos e é influenciado por informações errôneas disseminadas pela mídia. Mesmo sendo o grupo de animais que mais fazem parte de nossa vida cotidiana, muito frequentemente, a população e até mesmo a comunidade escolar - alunos e professores - confundem a classificação desses animais com outros grupos taxonômicos, como por exemplo vertebrados. Outro fator importante é o desconhecimento que muitos professores possuem com relação as normas legais que regem os trabalhos práticos desses animais. Atualmente, é proibido coletar insetos sem autorização em todo o território nacional. Muito recentemente foi noticiado na mídia que um estudante da Universidade de Brasília foi abordado e multado por um fiscal do Ibama pela coleta e posse de 5 insetos. Segundo as reportagens, o estudante estava coletando insetos para uma atividade acadêmica quando foi autuado por coletar espécimes da fauna silvestre sem autorização. Esse caso é um exemplo de que por desconhecimento, professores podem submeter seus alunos às situações ilegais. Afinal, é bem comum que tanto alunos da graduação como da educação básica sejam incentivados a coletar insetos para a confecção de caixas entomológicas. Por isso, é imprescindível que tais profissionais sejam alertados sobre a legislação que normatiza a coleta desses animais. Esse minicurso tem como público alvo licenciandos e professores da educação básica e será desenvolvido durante 6 h de atividades (teórica e prática) com até 30 inscritos. Na atividade teórica, será apresentada um resumo sobre os Insetos, modos de coleta, sua classificação, identificação, modos de armazenamento e sua importância para a manutenção da biodiversidade. Em seguida, haverá uma explanação sobre os procedimentos necessários para receber a autorização de licença didáticas. Após essa primeira etapa, haverá um momento prático onde serão apresentadas estratégias práticas de como trabalhar de forma contextualizada o tema diante dos alunos da educação básica. Uma dessas práticas é o incentivo para intervenções educativas que baseadas em pequenos projetos de pesquisas sobre a entomofauna. Também serão demonstradas as armadilhas mais comuns e de baixo custo para captura de insetos.
Ministrantes: Bianca Maira de Paiva Ottoni Boldrini - UFRR; Rafael Boldrini - UFRR Fechar |
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Minicurso/Oficina 07: Leitura Semiótica de Fotografias e Ensino de BiologiaMinicurso/Oficina 07: Leitura Semiótica de Fotografias e Ensino de BiologiaA imagem como apoio didático está intrinsecamente presente em diversas áreas das Ciências Biológicas, sobretudo em aspectos descritivos de seres vivos, estruturas e ambientes/biomas, para os quais as imagens fotográficas podem ser bastante adequadas. Este curso pretende abordar a leitura de FOTOGRAFIAS, tomando como referencial a semiótica pierceana, que propõe a compreensão do signo perpassando três níveis: o referente a qualidade; o referente ao existente; e por fim, a lei, o símbolo. A proposta desse curso é apresentar uma introdução a semiótica pierceana, considerando alguns elementos suficientes para compreensão da semiose das imagens fotográficas, fazer uma discussão considerando o paradigma pós-fotografico no qual estamos inseridos e em seguida praticar a leitura interpretativa de algumas fotografias
Ministrante: Hylio Laganá Fernandes - UFSCAR Fechar |
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Minicurso/Oficina 08: Reflexões de Gênero no Ensino de Biologia/CiênciasMinicurso/Oficina 08: Reflexões de Gênero no Ensino de Biologia/CiênciasO tema central do evento “Itinerários de Resistência: Pluralidade e Laicidade no Ensino de Ciências e Biologia”, nos chamou a atenção para a proposição de um minicurso que discuta as relações de gênero, muitas vezes naturalizadas, no Ensino de Biologia e Ciências. A Biologia é permeada por discriminações androcêntricas, sexistas, classistas e racistas, (Hooks, 2015, Maffía, 2014), é urgente que essas discussões estejam presentes nas pesquisas e no ensino. O Ensino de Biologia não é neutro, mas permeado por questões sociais, políticas e culturais e podem apresentar um discurso naturalizado de gênero. A questão que colocamos para discussão é: Quais possíveis discursos de gênero podem ser encontrados no ensino de Ciências/Biologia? O objetivo deste minicurso é refletir, a partir das epistemologias feministas, as questões de gênero presentes nos discursos do Ensino de Ciências/Biologia. O referencial teórico será pautado nas discussões de autoras das epistemologias feministas, que consideram a ciência como não neutra, produzida por homens, brancos, ocidentais e burgueses (Maffía, 2014, Mendoza, 2014; Haraway, 2009; Longino, 2008; Schiebinger, 2001), e que esses conhecimentos provocam prejuízos com diferentes intensidades para distintas mulheres. O minicurso proposto é uma adaptação das unidades didáticas de Heerdt e Batista (2016) e Santos e Heerdt (2019) que tinham por objetivo a formação docente e reflexões com estudantes do ensino médio das questoes de gênero presentes nos conhecimentos biológicos. A partir de adaptações apresentamos a síntese das atividades propostas para o minicurso: - Problematização das concepções da produção do conhecimento científico a partir das epistemologias feministas; Nesse momento serão apresentados os estudos das epistemologias feministas e questões geradoras serão propostas para que ocorram discussões e troca de conhecimento. - Observação, inferências e o caráter provisório do conhecimento científico, atividade Tricky Tracks! (Lederman & Abd-El-Khalic, 1998); Serão projetadas imagens e os participantes serão questionados: “o que vocês estão vendo?”; “o que vocês acham que aconteceu ou está acontecendo?”, após será realizada uma discussão a respeito do uso da criatividade e imaginação, e do contexto social do olhar ao realizar as observações e inferências. - Discussão da pesquisa " Lágrimas humanas contêm um Chemosignal" (Gelstein et al., 2011); o artigo publicado na Science nos permite discutir que a Ciência é influenciada pela carga social e cultural. Nesse artigo, os pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel, descrevem que as lágrimas femininas liberam substâncias que reduzem o nível de testosterona do homem deixando o sujeito menos agressivo e afirmam ver uma mulher chorando mexe com o homem de tal forma, que ele deixa de lado sua vontade de fazer sexo. Questões propostas: como ocorreu a coleta de dados? Quantos indivíduos participaram da pesquisa? Quais foram os resultados que possibilitaram tal inferência? Será que podemos dizer que existe uma carga sociocultural em relação às questões de gênero nessa pesquisa? - Discussão da história da evolução humana apresentada nos livros didáticos; Serão apresentadas imagens presentes em livros didáticos e técnico, será solicitado que descrevam o que observam, como os individuos estão distribuidos nas imagens, quais são seus afazeres, após será questionado: como podemos interpretar essas imagens? Que conhecimentos culturais estão presentes? Essa análise e discussão serão pautadas nos estudos das epistemologias feministas. - Ensino de Ciências visibilidade de gênero: o processo de fecundação; Serão apresentados vídeos da fecundação humana presentes no Youtube e vinculados a sites educativos, portanto, são utilizados em sala de aula, que trazem representações estereotipadas, sendo os espermatozoides guerreiros, heróis e até violentos e os óvulos são passivos, lentos e inativos. Analisaremos o papel atribuído aos gametas apresentando as seguintes questões: quais são as características do espermatozoide e sua função? Quais são as características do ovócito e sua função? Quais estereótipos são percebidos? Segundo as pesquisas atuais quais equívocos são cometidos nos vídeos? - Reflexões finais: Ensino de Biologia e as epistemologias feministas.
Ministrantes: Bettina Heerdt - UEPG; Ana Paula dos Santos - UEPG Fechar |
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Minicurso/Oficina 09: O que cabe no Ensino de Biologia? Aportes para o Trabalho com a Educação das Relações Étnico-RaciaisMinicurso/Oficina 09: O que cabe no Ensino de Biologia? Aportes para o Trabalho com a Educação das Relações Étnico-RaciaisO minicurso nasce do esforço de enfrentar os ataques pertinentes ao nosso contexto social, engendrados pelo atual governo federal, que vão desde falas preconceituosas e racistas do atual presidente até afirmações da inexistência de racismo no Brasil. Desde 2003, ou seja, há dezessete anos que a Lei 10.639 (atual 11.645) foi sancionada, que teve por consequência a alteração na LDB/96, com a inclusão dos artigos 26 e 26-A. A modificação da LDB, reivindicação do Movimento Negro enquanto instituição brasileira, é pautada justamente pelo reconhecimento da existência do racismo no Brasil. O Ensino da História e Cultura Afro que ao final visa a educação das relações étnico-raciais é colocado de fundamental importância para o desenvolvimento de um país de forma justa e igual. É dever da educação básica considerar as relações étnico-raciais e as desigualdades produzidas a partir delas como bases importantes para a construção das práticas pedagógicas na escola. Por isto, é necessário que todos os componentes curriculares se debrucem a pensar propostas didáticas em que a educação das relações étnico-raciais esteja articulada ao conteúdo historicamente acumulado do determinado componente. Desde quando a promulgação da Lei, uma das preocupações é sua aplicação nas áreas ditas não humanas: Matemática, Biologia, Ciências, Física e Química. Por isto, o minicurso vem a se constituir numa proposta com o objetivo de: pensar e problematizar questões que envolvem educação das relações étnico-raciais e ensino de biologia. Uma proposta voltada para professorxs de Ciências e Biologia da educação básica, mas também para quaisquer pessoas que sejam instigados/as pensar uma educação antirracista. Estamos diante do desafio de pensar um ensino de Biologia, que para além dos conhecimentos científicos historicamente acumulados, também reflita quais valores e visões de mundo podem ser vivenciados e trabalhados na formação destes/as estudantes, pensando na construção de relações étnico-raciais positivas. Infelizmente, a Biologia, é uma das áreas que menos tem se debruçado para incorporar questões étnico-raciais no currículo, pensando o ensino médio e o ensino fundamental. Será que estamos dispostos/as enquanto professorxs de Biologia e Ciências a inserir em nossos fazeres pedagógicos conhecimentos científicos produzidos a partir do continente africano? A nossa formação nesse sentido praticamente não contribui. Porém, podemos construir propostas didáticas a partir do estudo destes conhecimentos, bem como do campo da educação das relações étnico-raciais. A metodologia do mini-curso se dará por uma roda de conversa, derivada da prática do Círculo de Cultura a partir de um texto sobre Educação das Relações Étnico-Raciais. A metodologia terá o objetivo de iniciar e instigar os/as participantes a pensarem sobre as complexidades e importância da educação das relações étnico-raciais. Finalizará com apresentação de algumas práticas pedagógicas desenvolvidas pela autora como professora de Ciências da educação básica. Assim, os materiais necessários serão: textos xerocados e imagens impressas para compartilhamento das práticas pedagógicas. É no sentido de pensar uma educação para as relações étnico-raciais na construção de uma sociedade menos racista e discriminatória para além dos muros da escola, que insere-se esse minicurso. Almeja-se que que nós professorxs de Biologia e Ciências Naturais possamos juntos superar o racismo na sociedade a partir também da construção de uma escola que seja menos reprodutora das práticas e desigualdades raciais. Que possamos encontrar pontos de diálogo entre as relações étnico-raciais e os diferentes conteúdos que lecionamos, sem esquecer a importância do ser humano social como elemento principal de nossas atividades.
Ministrantes: Kelly Meneses Fernandes - UEFS; Nivaldo Aureliano Léo Neto - UECE Fechar |
Itinerários de resistência: pluralidade e laicidade no Ensino de Ciências e Biologia